ENTRE NARRATIVAS E MEMÓRIAS: O CAMINHO METODOLÓGICO DA HISTÓRIA ORAL NAS PESQUISAS EM ENFERMAGEM
Resumo
A História Oral experimentou grande crescimento nos anos 1980 com a revalorização das análises qualitativas e ênfase nas experiências individuais e coletivas, destacando-se por trazer à baila temas contemporâneos e debates sobre a memória. No entanto, a História Oral ainda enfrenta desafios sobre sua definição, possibilidades e limitações, ensejando diferentes concepções e abordagens, quais sejam: campo disciplinar, técnica ou metodologia. Essa expansão oferece um convite à reflexão sobre essa metodologia e sua utilização por pesquisadores e estudantes em diversas áreas do conhecimento. Delineou-se como objetivo geral, analisar o uso da História Oral como metodologia de pesquisa nas dissertações de mestrado da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia – UFBA, no período de 2010 a 2016. Trata-se de estudo com abordagem qualitativa, efetuada através de pesquisa documental das dissertações de mestrado apresentadas à Escola de Enfermagem e depositadas no Repositório Institucional da Universidade Federal da Bahia – UFBA, que adotaram a História Oral como metodologia. Foram analisados: tema; coerência dos objetivos; realização, condução e tratamento das entrevistas. Buscou-se aferir a centralidade da narrativa e da memória, elementos fundantes da história oral para a reconstituição dos fenômenos estudados. Os resultados apontaram descompassos entre o caminho metodológico e a aplicação da História Oral enquanto metodologia de pesquisa. A entrevista foi usada como instrumento privilegiado para a coleta de dados, contudo distanciou-se das memórias, lugares de subjetividades que guardam e revelam aspectos das relações sociais e culturais, de indivíduos ou grupos, considerando a dimensão da narrativa histórica.
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